O Projeto Ginga Muleeke, que vem sendo desenvolvido desde 2003, nasceu na região da Vila Sônia e do Jardim Colombo, bairros com altos índices de pobreza e exclusão social, na periferia oeste de São Paulo. Tem como público-alvo crianças e jovens de 6 a 18 anos, atualmente desenvolvendo suas ações dentro do Projeto Viver (ONG parceira do Nzinga), e conta com cerca de trinta crianças e jovens.
Inicialmente uma iniciativa do Nzinga colocada em prática por meio de trabalho voluntário, o Ginga Muleeke foi aprovado no edital do Programa VAI, da Prefeitura de São Paulo, nos anos de 2008 e 2009. O VAI forneceu um patrocínio valioso para as atividades desenvolvidas, através da remuneração dos educadores, da compra de uniformes e equipamentos, do fornecimento de transporte, alimentação e divulgação das apresentações da Orquestrinha de Berimbaus, umas das realizações do projeto. Além da produção de vídeos que registram as conquistas do trabalho.
Desde 2007, o Ginga Muleeke também vem sendo desenvolvido na comunidade do Alto da Sereia, no bairro Rio Vermelho, em Salvador, com crianças da mesma faixa etária. Sob a coordenação de nossos mestres Janja, Paulinha e Poloca, aproximadamente 15 crianças realizam treinos regularmente, fazem apresentações e outras atividades (por exemplo, o espaço atualmente abriga o Cineclube Sereia, patrocinado pelo Programa Mais Cultura do MinC). Outros núcleos do Grupo Nzinga também abrigam trabalhos de com crianças desde 2008/2009. São eles: da Zona Norte de São Paulo, no bairro do Tucuruvi, e o da Cidade do México, que funciona na Universidad Pedagogica Nacional.
De forma resumida, o projeto engloba as seguintes atividades:
- Aulas de movimentação e de prática do universo musical da Capoeira Angola, voltadas para a consciência corporal, improvisação, percepção musical e criatividade;
- Aulas de composição de canções de capoeira, principalmente ladainhas, que são o canto introdutório ao jogo de capoeira e que permitem versões mais autorais;
- Oficinas de confecção artesanal de instrumentos musicais da capoeira – berimbaus, baquetas, caxixis e atabaques;
- Oficinas de musicalização, com experimentações das sonoridades do corpo, teoria musical e composição, entre outros;
- Oficinas de percussão;
- Empréstimos de instrumentos, para que os jovens possam praticar os conteúdos das aulas durante a semana, em casa;
- Oficinas de danças e cultura brasileiras, com ritmos e movimentos da Cultura Popular;
- Exibição de filmes e músicas que falem da experiência africana e da infância no Brasil e no mundo;
- Rodas de leitura e empréstimos de livros e revistas, como estratégia de incentivo à leitura;
- Anotações e registros durante os treinos e em casa, através de escritos e desenhos, fortalecendo os aprendizados e complementando a formação escolar;
- Distribuição de cadernos, lápis, canetas etc. como insumo às atividades propostas;
- Ensaios da Orquestrinha de Berimbaus, com construção permanente de repertório e saberes. Ela tem programação ativa de apresentações dentro das próprias comunidades (escolas, praças), assim como fora dela (em museus, universidades, SESC’s).
No período entre fevereiro de 2011 e abril de 2013, o Projeto Ginga Muleeke vem contando com o valioso financiamento e apoio do Instituto HSBC Solidariedade.
Para mais informações a respeito do trabalho do Ginga Muleeke e do Nzinga, contate-nos.
Oficina de instrumentos (confecção de caxixis), Jardim Colombo, 2008
Apresentação no SESC Pompéia em 2006
Caderno de anotações, 2009